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quinta-feira, 6 de setembro de 2012


A CULINÁRIA GAÚCHA 
O homem é o que come. Toda a história da humanidade ao longo dos tempos fala dos pastores cavaleiros nômades, comedores de carne, agressivos e dominadores, valentes, leais e francos. 
O uso do cavalo parece transmitir uma psicologia especial ao cavaleiro. Tártaros, mangóis, cosacos, beduínos, andaluzes, campinos, caw-boys, charros, llaneros, huasos, vaqueiros, boiadeiros, pantaneiros e gaúchos. Todos são irmãos, todos são fundamentalmente iguais, todos são ferozes de pátria e de fronteira.
E todos comem carne, o que parece dar a todos uma saudável agressividade, um jeito valente de encarar a vida. O churrasco, o assado, o arroz-de-carreteiro e os pratos á base de charque são o melhor de uma culinária típica que tem mais de cem pratos pesquisados.






O CAVALO

O cavalo foi trazido para o sul da América pelo Adelantado espanhol Dom Pedro de Mendonza, quando da função da primeira Buenos Aires. Tomado pelos Índios em combate, espalhou-se pelo pampa perdendo suas características andaluzas originais e se tornando rústico e forte. É o cavalo crioulo, hoje famoso internacionalmente. A cavalo, gaúchos e “gauchos” fizeram pátria e desenharam fronteiras. Pode-se dizer que o próprio mapa do Rio Grande tem a forma de um casco de cavalo. 
E que guri campeiro não se exibiu no lombo de um petiço, sonhando o caudilho de amanhã?
O cavalo puxou carroças e pipas, diligências e charretes. E se foi, tantas vezes, arma de guerra e de revolução, foi também instrumento de paz e de amor, quando o gaúcho levava na garupa a mulher amada. 


A FACA
A faca é um instrumento de trabalho e de luta, talher e arma. Existe em todos os povos. A nossa faca campeira é flamenga, veio do país de Flandres, com posição garantida na cintura do gaúcho, mas na parte de trás, ao contrário de todos os povos que usam facas. A Faca carneou e cortou churrasco. 
E quantas vezes, atada com tentos na ponta de uma taquara, não virou lança de guerra, rabiscando a história do Rio Grande nas páginas verdes das coxilhas? Facas, facões, adagas, espadas e lanças, 
as armas brancas que se tingiam de rubro nos entreveros. 


A LITERATURA GAÚCHA
A literatura gaúcha existe em prosa e verso e é oral ou escrita. A literatura oral em prosa é a dos mitos e lendas, dos causos e dos ditados campeiros. A literatura oral em verso é a das trovas e das quadrinhas tradicionais. Já a literatura escrita em verso é a poesia da cidade feita para o gaúcho, tendo seus usos e costumes como tema. Desde o soneto monarca, de Caldre e Fião, na metade do século XIX. Essa poesia é um manancial inesgotável, de portas como Taveira Junior, Ramiro Barcelos, Vargas Neto, Aureliano de Figueiredo Pinto, Glaucus Saraiva, Jaime Caetano Braun e tantos outros que estão aí na boca dos declamadores.
Já a literatura escrita em prosa começa também com Caldre e Fião na metade do século XIX, passa por João Simões Lopes Neto, Darci Azambuja para culminar com Érico Veríssimo, gaúcho de Cruz Alta e glória nacional.

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